Ontem e Hoje

A T E N Ç Ã O: ESTE BLOG É ESCRITO POR MIM, ISMAEL CIRILO, 87 ANOS. PODEM ME CHAMAR DE SOIÉ. (ONTEM E HOJE está sendo publicado na conta de meu filho Cláudio, por isso o perfil dele é que está aparecendo. Coisas do Blogger Beta!).

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Alguém que sempre quer saber mais: inquieto, crítico, curioso.

domingo, outubro 01, 2006

ERA UMA VEZ...

HISTÓRIAS QUE MAMÃE CONTAVA:

A FLOR DA HONESTIDADE


Conta-se que, por volta do ano 250 antes de Cristo, na China antiga, um príncipe da região norte do país está ás vésperas de ser coroado Imperador. Antes, porém, de acordo com a Lei, ele deveria se casar.

Por isso, resolveu fazer uma “disputa” entre as moças da corte ou quem quer que se achasse digna de sua proposta.

O príncipe anunciou que receberia, numa celebração especial, todas as pretendentes às quais proporia um desafio.

Uma velha senhora, serva do palácio há muitos anos; ouvindo os comentários sobre os preparativos, ficou surpresa, pois sabia que sua jovem filha nutria um profundo amor pelo jovem príncipe. Ao chegar em casa e relatar o fato à jovem, espantou-se ao saber que ela pretendia ir a celebração. Incrédula, indagou:

- Minha filha, o que você fará lá? Estarão presentes todas as belas e ricas moças da corte! Afaste de sua mente essa idéia insensata. Compreendo que você esteja sofrendo, mas não transforme esse sofrimento em loucura.

Ao que a filha respondeu:

- Não, minha mãe, não estou sofrendo; e muito menos estou louca. Bem sei que jamais poderei ser a escolhida, mas é minha única oportunidade de ficar pelo menos alguns minutos perto do príncipe; isto já me torna feliz.

À noite, a jovem chegou ao palácio. Lá estavam, de fato, todas as belas moças com as mais belas roupas, com as mais belas jóias e com as mais determinadas intenções. Então, finalmente, o príncipe anunciou o desafio:

- Darei uma semente a cada uma de vocês. Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a mais bela flor, será escolhida minha esposa e se tornará a Imperatriz da China.

A proposta do príncipe não fugiu às profundas tradições daquele povo que valoriza muito a especialidade de “cultivar” algo, sejam costumes, amizades, relacionamentos, etc.

O tempo passou e a doce jovem, como não tinha muita habilidade nas artes da jardinagem, cuidava com muita paciência e ternura a sua semente, pois sabia que, se a beleza da flor surgisse na mesma extensão de seu amor, ela não precisaria se preocupar com o resultado.

Passaram-se três meses e nada surgiu. A jovem tudo tentara, usara de todos os métodos que conhecia, mas nada havia brotado. Dia após dia, ela percebia que seu sonho ficava cada vez mais longe. E seu amor, cada vez mais profundo.

Mais seis meses se passaram.

Consciente de seu amor e de sua dedicação, a moça comunicou à mãe que, apesar das circunstâncias, retornaria ao palácio na hora e data combinadas, pois não pretendia nada além de mais alguns momentos em companhia do príncipe.

Apresentou-se, pois, com o vaso sem flor, ao lado de todas as outras pretendentes, lindíssimas, cada qual com uma flor mais bela que as outras, das mais belas e variadas cores. Ela estava maravilhada, nunca tinha presenciado tão bela cena.

Finalmente chega o momento da escolha e o príncipe observa cada uma das pretendentes com muito cuidado e atenção. Após passar por todas, uma a uma, ele anuncia o resultado e indica a portadora do vaso sem flor como sua futura esposa. As pessoas presentes tiveram as mais inesperadas reações. Ninguém poderia compreender porque ele havia escolhido aquela que nada havia cultivado. Então, calmamente, o príncipe esclareceu:

- Esta foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz. A flor da honestidade, pois todas as sementes que entreguei eram estéreis.

A honestidade é como uma flor tecida em fios de luz que ilumina quem a cultivou e espalha claridade em redor

Que esta história nos sirva de lição e, independente de tudo e todas as situações vergonhosas que nos rodeiam, possamos ser luz para aqueles que nos cercam.