Ontem e Hoje

A T E N Ç Ã O: ESTE BLOG É ESCRITO POR MIM, ISMAEL CIRILO, 87 ANOS. PODEM ME CHAMAR DE SOIÉ. (ONTEM E HOJE está sendo publicado na conta de meu filho Cláudio, por isso o perfil dele é que está aparecendo. Coisas do Blogger Beta!).

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Alguém que sempre quer saber mais: inquieto, crítico, curioso.

sábado, agosto 26, 2006

Meu pai me ensinou

Por falta de tempo, meus amigos, republico um post. É uma homenagem aos pais, neste mês de Agosto:

Já se passaram mais de sete décadas...

Recordo-me com muita satisfação de fatos freqüentes em minha infância. Um deles é o seguinte: Eu e meu irmão mais velho, Diló, que atualmente reside no bairro da Serra, em Belo Horizonte, éramos garotos sadios, e espertos.
Às vezes fazíamos trapalhadas, pois jogávamos pedras com “estilingue” (bodoque) no telhado dos vizinhos. Mas... isso já passou, deixa pra lá.

Nosso pai, conhecido como Sô Ilidinho, era comerciante.
Diversas vezes, durante a semana, nos acordava pela manhã, bem cedinho, com o dia ainda escuro e nos convidava para sair à rua, a fim de achar dinheiro (pratinhas).
Explicava que alguém poderia ter perdido alguma moeda, durante a noite. Então, antes que a rua se enchesse de gente, era hora de sair à procura das moedas perdidas. Poderíamos ter a sorte de achar dinheiro, dizia.

Caminhávamos, então, em direção à parte onde o comércio era mais movimentado no período noturno. O mais importante era que sempre achávamos dinheiro! Às vezes encontrávamos duas a quatro pratinhas.
Como era gostoso abaixar e apanhar aquelas moedas. ..

Depois que me tornei adulto, pensei:
- Seria o próprio papai quem jogava as moedas para a gente encontrá-las? Seria esta a sua maneira de nos acostumar a levantar sempre bem cedo?

Se assim foi, conseguiu o objetivo.

Antes de voltar pra casa, papai nos conduzia às margens do rio Piracicaba que, na época, tinha águas cristalinas. Descalços, entrávamos no rio e ele nos ensinava a nadar. Que delícia!

Quando voltávamos para casa, nossa mãe, Nhanhá, colocava 2 ovos de galinha caipira a esquentar, um pra mim outro para o Diló. Em seguida, servia-nos café-com-leite e pão com manteiga. Que saudade de meus pais!!!

Eu e o Diló deitávamos na água e papai, com a palma da mão debaixo de meu queixo, mantinha minha cabeça fora d’água para que aprendesse a boiar, movimentar os pés e braços, enfim, aprendesse a nadar. Claro que aprendi. Diló, igualmente: como nadávamos bem!

Todo fim de semana, eu, Diló e outros companheiros nadávamos no Piracicaba, que era bem mais profundo e limpo do que hoje.

O lugar predileto para entrada no rio era exatamente onde agora está a Ponte dos Arcos, da qual falei outro dia. Em nado de braçadas, alcançávamos a outra margem, 50 metros abaixo. Após um pequeno descanso, nadávamos de volta até o meio do rio. Daí, em nado de costas, a água nos levava até um local próximo à atual ponte Eliezér Batista, exatamente onde existia uma praia de areia bem branquinha, na qual brincávamos a valer. Depois, caminhando rio acima, alcançávamos novamente o ponto inicial. Caíamos então na água, nadando de braçadas para a outra margem, mais próxima à nossa casa.

São tempos que deixaram marca.
E ótimas lembranças...

domingo, agosto 13, 2006

Uma parábola: A águia e a galinha

Meus amigos, após muitos dias sem colocar aqui os meus "causos" e as lembranças de que muitos gostam, volto hoje com uma parábola. Já é conhecida por muitos, mas dela tomei conhecimento através da nora Maria da Consolação, Psicóloga, casada com meu filho Clóvis. Residem em BH, com meus netos Clóvis & Lílian.

Um camponês criou um filhote de águia junto com suas galinhas, tratando-o da mesma maneira que tratava as galinhas, de modo que ela pensasse que também era uma galinha: dava-lhe mesma comida jogada ao chão, a mesma água num bebedouro junto ao solo de tal modo que ela tinha de ciscar. A águia, logicamente, passou a se comportar como se galinha fosse.

Certo dia passou por sua casa um naturalista. Diante da águia a ciscar o terreiro, interpelou o camponês:

- Isto não é uma galinha, é uma águia!

O camponês retrucou:

- Agora ela não é mais uma águia, agora ela é uma galinha!

O naturalista disse:

- Amanhã, veremos.

Dia seguinte, logo pela manhã, subiram até o alto de uma montanha levando a águia.

O naturalista levantou a grande ave acima de sua cabeça e disse:

- Águia, veja o horizonte, veja o sol lá em cima e os campos verdes lá embaixo. Todas essas nuvens podem ser suas. Desperte para sua natureza e voe como águia que é.

A águia maravilhou-se com a beleza das coisas que nunca tinha visto. Ficou um pouco confusa, no início, sem entender o porquê tinha ficado tanto tempo alienada. Aos poucos, deu-se conta do sangue que lhe corria nas veias, perfilou as imensas asas e partiu num vôo lindo, até que desapareceu no horizonte azul.

[JAMES AGGREY, que escreveu o texto acima, era professor em Gana, pequeno país pobre da Africa.]

Criam-se pessoas como se galinhas fossem, porém elas são águias: todos podem voar se quiserem.


Voemos mais alto, não nos contentemos com os grãos que nos jogam para ciscar.

Nós somos águias, não temos que agir como galinhas, como querem que a gente seja, pois com a mentalidade de galinha nos tornamos mais dóceis, abaixamos a cabeça para tudo, com medo.

Vamos conduzir nossa vida de cabeça erguida, respeitando os outros, sim; com medo, nunca!


Quase todos nós brasileiros,
estamos vivendo como se galinhas fossemos, os governantes, os políticos e até os bandidos nos obrigam a convivermos acorrentados aos desmandos de uma máfia de incompetentes, que olham apenas o interesse próprio. No dia da eleição, saibamos valorizar o nosso voto.

Um abraço, Ismael (Soié).

Uma parábola: A águia e a galinha

Meus amigos, após muitos dias sem colocar aqui os meus "causos" e as lembranças de que muitos gostam, volto hoje com uma parábola. Já é conhecida por muitos, mas dela tomei conhecimento através da nora Maria da Consolação, Psicóloga, casada com meu filho Clóvis. Residem em BH, com meus netos Clóvis & Lílian.

Um camponês criou um filhote de águia junto com suas galinhas, tratando-o da mesma maneira que tratava as galinhas, de modo que ela pensasse que também era uma galinha: dava-lhe mesma comida jogada ao chão, a mesma água num bebedouro junto ao solo de tal modo que ela tinha de ciscar. A águia, logicamente, passou a se comportar como se galinha fosse.

Certo dia passou por sua casa um naturalista. Diante da águia a ciscar o terreiro, interpelou o camponês:

- Isto não é uma galinha, é uma águia!

O camponês retrucou:

- Agora ela não é mais uma águia, agora ela é uma galinha!

O naturalista disse:

- Amanhã, veremos.

Dia seguinte, logo pela manhã, subiram até o alto de uma montanha levando a águia.

O naturalista levantou a grande ave acima de sua cabeça e disse:

- Águia, veja o horizonte, veja o sol lá em cima e os campos verdes lá embaixo. Todas essas nuvens podem ser suas. Desperte para sua natureza e voe como águia que é.

A águia maravilhou-se com a beleza das coisas que nunca tinha visto. Ficou um pouco confusa, no início, sem entender o porquê tinha ficado tanto tempo alienada. Aos poucos, deu-se conta do sangue que lhe corria nas veias, perfilou as imensas asas e partiu num vôo lindo, até que desapareceu no horizonte azul.

[JAMES AGGREY, que escreveu o texto acima, era professor em Gana, pequeno país pobre da Africa.]

Criam-se pessoas como se galinhas fossem, porém elas são águias: todos podem voar se quiserem.


Voemos mais alto, não nos contentemos com os grãos que nos jogam para ciscar.

Nós somos águias, não temos que agir como galinhas, como querem que a gente seja, pois com a mentalidade de galinha nos tornamos mais dóceis, abaixamos a cabeça para tudo, com medo.

Vamos conduzir nossa vida de cabeça erguida, respeitando os outros, sim; com medo, nunca!


Quase todos nós brasileiros,
estamos vivendo como se galinhas fossemos, os governantes, os políticos e até os bandidos nos obrigam a convivermos acorrentados aos desmandos de uma máfia de incompetentes, que olham apenas o interesse próprio. No dia da eleição, saibamos valorizar o nosso voto.

Um abraço, Ismael (Soié).