Ontem e Hoje

A T E N Ç Ã O: ESTE BLOG É ESCRITO POR MIM, ISMAEL CIRILO, 87 ANOS. PODEM ME CHAMAR DE SOIÉ. (ONTEM E HOJE está sendo publicado na conta de meu filho Cláudio, por isso o perfil dele é que está aparecendo. Coisas do Blogger Beta!).

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Local: Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil

Alguém que sempre quer saber mais: inquieto, crítico, curioso.

sexta-feira, abril 22, 2005

O TAXISTA CRUEL

Voltemos ao ano de 1977.
No dia 22 de Fevereiro, o nosso filho José Bonifácio Costa, o popular Boni,
completava 10 anos de idade. Quase advogado, casou-se com Cida Barony.
São pais da graciosa Luana e terão seu lar enriquecido
com a chegada de Haroldo,
provavelmente no próximo dia 05 de junho.
Por coincidência, na data em que eu e minha eterna namorada Aparecida,
estaremos comemorando 57 anos de um feliz casamento.

Estamos, pois, em 22 de fevereiro de 1977. É um dia festivo para todos nós: às 19 horas, o Boni está recebendo os amigos para festejar seu aniversário e a alegria é contagiante.Todos lhe entregam sugestivos presentes.
Aparecida convida para a sala onde foram dispostos, em aparadores, os salgados, refrigerantes, doces e o tradicional bolo de aniversário, preparados com esmero e carinho por ela própria.
Maria de Tebas e Sêmer Salim de Oliveira (este último veio a se tornar sacerdote católico) acabam de chegar e entregam ao Boni uma embalagem colorida, decorada com uma fita larga, , onde está escrito: Este lado para cima.
Boni desata o laço e, ao abrir o presente, depara-se com uma caixa que contém outra, mais outra e outra mais...
Vejam o que Boni encontra dentro da última caixa. Ninguém podia imaginar, mas em um acolchoado fofinho estava nada mais nada menos que um grande cachorrinho de 12cm de altura, pelos escuros como as asas da graúna, orelhas quase lhe tampando os brilhantes olhos e cerca de 20 dias de vida, vivinho da silva! Palmas retumbam por todos os lados, e o Parabéns pra Você é entoado pela primeira vez.
- É uma cachorrinha! grita o Bonifácio. Vai se chamar Xica!!!
Todos aplaudem pelo tão simpático nome.
Por instantes, as atenções estão desviadas para a mesa de guloseimas, que vão sendo degustadas com visível prazer. Os doces alegram ainda mais os adolescentes.
- Agora vamos partir o bolo, diz Aparecida, que estava conversando com Maria e Miúdo.
Bonifácio toma posição diante do bolo. A vela nº 10 solta estrelinhas coloridas, e todos cantam, repetidas vezes, o Parabéns. Ele tenta, em vão, apagar as estrelas. Fatias do bolo são distribuídas, e alguns até levam para casa. Eu, Miúdo e Maria continuamos a saborear aquela geladinha que desce redondo, pois ninguém é de ferro.
Passa-se um mês.
Boni dá banho na cachorrinha, com água morna, usando o seu próprio xampu! Para secar o abundante pêlo, utiliza uma toalha felpuda e secador elétrico! Muito chique!
Xica alimenta-se muito bem.É alegre, gosta muito de brincar, todos lhe afagam carinhosamente a cabeça. Já conhece, pelo ruído dos passos, quem está subindo os degraus da escada: se é Aparecida, antes mesmo de abrir a porta, a cachorrinha se entusiasma, salta, corre dando latidos de alegria. Sendo eu, foge com a cauda entre as pernas, esconde-se debaixo do sofá ou da cama.
Diariamente, acompanha o Boni pelas ruas, sem coleira. Todos gostam de Xica, mas...
Acontece que ali na esquina da Rua Gov. Valadares com Gaspar de Morais, existe um ponto de táxi. Não sei porque dois dos taxistas não gostam da cachorrinha. Seu ódio gratuito os levou a cometer a maior crueldade. (Não teria acontecido o que vou relatar se o taxista-blogueiro,
Mauro Castro, lá de Porto Alegre-RS, estivesse residindo aqui em Nova Era).
Enquanto o Bonifácio olhava o cartaz do filme que seria exibido em matinê no dia seguinte, um domingo, um dos motoristas pegou Xica e injetou 5 centímetros cúbicos de gasolina em seu corpo. Despistadamente, abandonou a cachorrinha no chão e ficou olhando. Ela ficou inerte por alguns segundos até que, de repente, saiu em disparada pela Gaspar de Morais acima, tendo Bonifácio correndo atrás. Passou defronte às casas do Dr. Lage, do Zé Horta, da Dona Isabel. Ultrapassou a Cadeia Pública.
Quando estava justamente em frente ao portão do Cemitério, puff!

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... acabou-se a gasolina!

sexta-feira, abril 15, 2005

R O M A R I A

Há poucos dias, falei aqui neste cantinho “ontemehoje,” sobre o Soié Bar Lanchonete.

Hoje, passo a narrar mais um fato VERÍDICO, um outro acontecimento bem interessante, vejam:

Logo à entrada de Nova Era, na margem esquerda da BR-381, para quem chega de Belo Horizonte, existe uma gruta na qual uma nascente de água cristalina emerge entre as pedras. Essa água sempre foi considerada milagrosa, curando doenças e levando felicidade para quem a utiliza. Tanto é assim, que centenas de pessoas das diversas camadas sociais, toda quarta-feira, sobem até à gruta para beber daquela fonte, enchem garrafas do precioso liquido e levam para suas casas.

É crença comum que moça de outra cidade que bebe da água de São José acaba casando-se com rapazes daqui. Por que será que todos os meus filhos se casaram com meninas de outras cidades?

(Alô meninas “casadoiras”, venham beber da água de São José! Quem sabe alguma de vocês conseguirá pescar um maridão em Nova Era?)

O que quero contar, mesmo, é o seguinte:

Há alguns anos, Padre Efraim Solano Rocha, ao assumir a paróquia, cuidou logo da infra-estrutura do local, mandando construir uma escada de concreto com cerca de 10 metros, do acostamento da rodovia até a entrada da gruta.

No dia de São José, 19 de março, uma imagem do santo foi colocada dentro gruta, ao som da banda de música Euterpe Lagoana e do espocar de foguetes, enquanto o povo cantava hinos de louvor ao padroeiro.

Nas quartas-feiras, os moradores da zona rural, de ônibus ou a pé, acorriam à cidade, como em peregrinação. Faziam a sua primeira refeição no nosso Soié Bar Lanchonete. Outros, um lanche, à tardinha.

Determinado dia, quando eu e a eterna namorada Aparecida estávamos de férias em praias do litoral capixaba, os filhos Ilídio e Ismael José gerenciavam o Soié Bar. Aconteceu que uma senhora entrou na lanchonete e após tomar o costumeiro café-com-pão-e-manteiga ou um pão-de-queijo, murmurou:

- Estou muito cansada, com essa chuvinha, até chegar lá no alto do São José, pegar a garrafa d’água e voltar, não vai ser mole não. Mas irei assim mesmo.

O Ilídio, irmão do Cláudio, penalizado com a expressão da dona Maria, aproximou-se e falou, bem sério:

- Debaixo daquela toalha, ali no canto, tem uma torneirinha, com a água de São José. Foi meu avô Ilídinho que mandou canalizar direto da gruta. Caso a senhora queira, pode pegar aí mesmo. A água é filtrada na hora, por isso sai pouco.

A dona aproximou-se, removeu a toalha descobrindo a torneira, bebeu um pouco da água, quando então disse:

- Olha!!! É mesmo!!! É igualzinha à outra!!! Eu posso encher a garrafa?

O Ilídio respondeu:

- Pode, mas não “espalha” não.

Na quarta feira seguinte, a dona apareceu acompanhada de outras senhoras e após o lanche perguntou se podia pegar da água de São José. Com a permissão dada, uma a uma e algumas crianças encheram suas garrafas e ao se despedirem todas diziam:

- Deus lhe pague meu filho!!!

- Amém! Voltem sempre!, exclamava o Ilídio.

A vizinha Dora Araújo, nossa amiga e de minha irmã Irany, não sei como, ficou sabendo da história e, cansada de dar água às pessoas que lhe batiam à porta solicitando um copo d’água, livrou-se desse trabalho: passou a encaminhar os pedintes para o Soié Bar. Recomendava:

-Lá, a água é da gruta!

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Nota 1 - A romaria à gruta de São José ocorre até hoje. No Soié Bar, só terminou quando as atividades comerciais foram encerradas.

Nota 2 - Atualmente, alugo o cômodo em que funcionava o Soié Bar para uma loja da Telemig Celular, cujo proprietário é José Vitorino, filho do meu grande amigo e pintor José Assunção, de saudosa memória.

sexta-feira, abril 08, 2005

O IOGURTE NOSSO DE CADA DIA

Na página 20 do primeiro caderno do jornal Estado de Minas de 23/03/05, li um artigo que passo a transcrever, pois achei muito oportuno.

Iogurte natural, sem açúcar, combate cáries, ajuda a prevenir doenças nas gengivas e pode acabar com o mau hálito. É o que dizem cientistas japoneses que participaram de uma conferência em Londres, promovida pela Associação Internacional para Pesquisa Dental.

A delegação do Japão apresentou aos presentes um estudo no qual uma dieta de iogurte natural reduziu os níveis de gás sulfídrico em 80% nas pessoas envolvidas na pesquisa. Gás sulfídrico é uma das principais causas do mau hálito. A explicação que encontraram para o fato estaria na presença de bactérias ativas no iogurte, especialmente os Lactobacíllus Bulgaricus e Streptococcus thermiphilus.

Os cientistas ressaltaram, por outro lado, que os 24 voluntários receberam instruções rigorosas sobre higiene oral, dieta e ingestão de remédios. Os voluntários, em primeiro lugar, passaram duas semanas evitando iogurte e outros derivados do leite, como queijos. Encerrada esta fase, os pesquisadores, então, retiraram salivas e amostras de suas línguas para medir os níveis de bactérias e componentes que causam odor, incluindo gás sulfídrico. Depois, eles tomaram 90 gramas de iogurte durante 6 semanas e tiveram mais amostras recolhidas. O que os cientistas constataram foi que o nível de gás sulfídrico havia diminuído em 80% dos participantes. Os níveis de placas nos dentes e gengivas também caíram significativamente.

O consumo freqüente de comidas com alto nível de açúcar é a principal causa de cáries, que podem causar muita dor e desconforto, disse o presidente da Associação Internacional Para Pesquisa Bucal.

O artigo traz, ainda, outras considerações. Caso o assunto seja do interesse de alguém, seria bom dar uma olhada no jornal mencionado acima.

Eu e minha eterna namorada Aparecida, há muitos anos, estamos fazendo uso de iogurte caseiro, produzido por nós, com leite desnatado e pasteurizado. Degustado com salada de frutas é uma delícia.

Eis a nossa receita, para quem quiser experimentar:

Ingredientes:

1 - 03 litros de leite desnatado

2 - 01 copo de iogurte natural (nós usamos Itambé)

Modo de fazer:

1 - Aquecer os 03 litros de leite à temperatura de 37°C graus. (Confira a temperatura com as costas da mão)

2 - Coloque o copo de Iogurte

3 - Mexa a mistura com uma colher (sem bater)

4 - Tampe o recipiente com guardanapo de papel

5 - Embrulhe o recipiente em 02 folhas de jornal e o envolva dentro de um saquinho de plástico para não esfriar.

Após umas 6 ou 8 horas, o iogurte estará pronto e mais denso que o do copinho utilizado no principio, quando será levado á geladeira.

Aquele abraço!

domingo, abril 03, 2005

Fim-de-semana em BH

Hoje, Domingo, eu e minha eterna namorada Aparecida fizemos uma visita ao filho Cláudio, à nora Amélia e nossos netos Ana Letícia, Ângelo e Leonardo.
Quem nos trouxe de Nova Era foi o filho Nélio Costa, com sua esposa Valdenice e os netinhos Nélio Henrique e Maria Eduarda.
No almoço domingueiro, reunimos uma boa turma: Ângelo levou a namorada Renata; Ana Letícia levou o namorado Daniel; meu filho Clóvis compareceu com sua esposa Maria da Consolação e nossa filha Sheila Maria. Também esteve presente a tia da Amélia, de nome Zilah. (O filho Nélio e família já estavam de volta a Nova Era).
Foi uma reunião muito alegre, enquanto degustávamos o buffet do famoso Posto Chefão, que fica na BR-40, na saída para o Rio de Janeiro.

Após o almoço, já à tardinha, a Renata (do Ângelo) nos convidou para conhecer o mirante da Serra do Rola Moça, que fica a apenas 10 minutos do Posto Chefão, numa estradinha nas montanhas, em direção ao condomínio Casa Branca.
Criado em 27 de setembro de 1994 (Decreto Estadual 36.071/94), o Parque Estadual da Serra do Rola-Moça teve seu nome contado em "causo" e imortalizado por Mário de Andrade em um poema que relata a história de um casal que, logo após a cerimônia de casamento, cruzou a Serra de volta para casa, quando o cavalo da moça escorregou no cascalho e caiu no fundo do grotão. O marido, desesperado, esporou seu cavalo ribanceira abaixo e "a Serra do Rola-Moça, Rola-Moça se chamou" (visite aqui o Parque).
A paisagem é linda. Descortina-se um panorama impressionante, com uma sucessão de montanhas e vales e, ao longe, pode-se ver a cidade de Belo Horizonte.
É lógico que não poderia faltar o interesse de Aparecida em aumentar mais ainda o acervo de sua coleção de pedras, sobre a qual já falei aqui. Pegamos algumas bem interessantes.
Foi um dia maravilhoso, ainda mais porque, ao voltarmos para casa, foi possível assistir ao segundo tempo do clássico Cruzeiro e Atlético. Apesar do resultado (0x0), o meu Cruzeiro vai disputar a final do campeonato mineiro contra o Ipatinga, que empatou (2x2) com o URT.
Estamos hospedados desde ontem aqui na casa do filho Cláudio, de onde faço este post.
Ah! Desta vez não é primeiro de abril.

sexta-feira, abril 01, 2005

PEGA O LADRÃO!

Nos idos de 1940, quando eu tinha entre 15 e 18 anos, aconteceu comigo um fato interessante, foi o seguinte:

Meu pai, Sô Ilidinho, transferiu para o meu nome sua selaria (fábrica de arreios de montaria).

Como proprietário, a responsabilidade aumentou bastante: o atendimento aos vendedores de produtos básicos, atendimento aos fregueses, pagamentos, etc., tudo isso era comigo.

Observem: Tão novo e já era empresário.

Os atacadistas de Belo Horizonte, São Paulo, Curvelo e Rio Grande do Sul continuaram a fornecer mercadorias para a minha empresa, com o aval de papai.

Quando faltava algum material, havia necessidade de minha ida a BH. Eu estava sempre bem trajado, de gravata, paletó e chapéu. Viajava pela Maria Fumaça da Central do Brasil, chegando à capital mineira somente à noite.

Certa vez, para aproveitar oportunidades, viajei em um sábado, pois no domingo pretendia assistir a uma partida de futebol entre o Clube Atlético Mineiro e o Palestra Itália, hoje Cruzeiro Esporte Clube.

No domingo, não me lembro se no campo do Atlético ou no Barro Preto, campo do Cruzeiro, eu estava presente entre os torcedores, fazendo força para a vitória do meu clube favorito, o glorioso Cruzeiro.

No decorrer da partida, notei que Kafunga Murilo e Ramos, do Atlético, estavam impecáveis, salvando o seu time de um resultado negativo. Já no Cruzeiro, os destaques ficavam por conta de Geraldo II, Caieira e Bibi, um trio inesquecível.

O futebol apresentado pelas duas equipes foi equilibrado, muito vibrante, emocionante desde o início até o final, muito bem dirigido pelo competente árbitro Mario Viana, de saudosa memória.

O resultado não poderia ser outro: deu empate.

Estou desviando de assunto, volto ao principal.

No dia seguinte, segunda-feira, fui às compras nas casas especializadas no ramo de couro e outros apetrechos para selaria. Nessa mesma tarde fui à estação ferroviária comprar passagem para, no dia seguinte, viajar de volta para São José da Lagoa, hoje Nova Era.

Com a passagem no bolso, passei pela pensão Sete de Setembro, no bairro Floresta, onde paguei as despesas, pois viajaria no dia seguinte, bem cedo. Entrei no meu quarto, preparei a bagagem e, logo após, saí a caminhar aleatoriamente pela cidade.

Depois do viaduto da Floresta, chegando à Rua da Bahia, à esquerda de quem sobe, havia um Verdurão, com uma banca com bananas no passeio. Aproximei-me para comprar algumas pencas com intuito de levar para casa. Antes de pegar as bananas, não resisti à vontade de comer e retirei uma, quando então ouvi gritos assim:

- Olha o ladrão! Pega o ladrão!

Duas pessoas correram em minha direção. Pensei que algum ladrão queria me roubar, deixei a banana cair e corri para o outro lado da rua, entrando no Parque Municipal (na época, não havia o gradil). De dentro do parque, olhei para trás, mas o trânsito impediu que o ladrão me alcançasse. Novamente ouvi a mesma voz gritando:

- Cerquem do outro lado que eu vou por aqui!

Pensei comigo:

- Estou roubado! O ladrão vai me deixar nu!

Sem outra saída, subi em uma árvore, escondendo-me entre seus galhos.

Lá de cima pude ver e ouvir os dois supostos ladrões passarem bem próximo:

- É, ele sumiu.

Fiquei na árvore até escurecer, quando começou a chover. Molhei-me todo, abraçado ao tronco para não cair.

Acreditem que a noite chegou e a danada da chuva não parava.

Empoleirado lá em cima, contando as horas pelo som do relógio da Igreja São José, ali fiquei até a madrugada, já sem chuva.

Desci do meu “poleiro”. Estava ensopado e sujo daquele lodo que escorria pelo tronco da árvore. Caminhei até à Av. Afonso Pena, nas proximidades da Igreja São José, onde pegaria um táxi para pensão 7 de Setembro. Mas... todo o meu dinheiro havia sumido!!!

Conforme relatei no princípio, os rapazes de Nova Era usavam paletó e chapéu. Voltou a chover abundantemente. Procurei um cantinho debaixo de uma marquise, fiquei bem encostado na parede por muito tempo. Pensava:

- Será que aqueles dois não eram ladrões e, sim, funcionários do comerciante de frutas? Será que eles julgaram que eu queria furtar bananas? Será que eles achavam que eu queria tirar frutas e não pagar?

Cansei de ficar em pé. Sentei-me no chão e em poucos minutos estava dormindo. A minha cabeça pendeu para baixo, o chapéu caiu entre minhas pernas, ficando com a parte que se coloca na cabeça virada para cima.

Ao acordar, que surpresa, o chapéu estava cheio de dinheiro. Olhei para os lados, tudo tranqüilo, guardei a dinheirama nos bolsos e paguei um táxi até a pensão.

Foi a conta de tomar um banho e trocar de roupa, antes de rumar para a estação ferroviária no mesmo táxi, que ficou esperando.

Cheguei bem em cima da hora para o retorno a São José da Lagoa. Já em casa, são e salvo, tranqüilo, encontrei junto às notas o dinheiro que julgava ter perdido.

Aquele abraço.

PS. Peguei vocês: Hoje é o dia da MENTIRA!

1º de ABRIL – 1º de ABRIL – 1º de ABRIIIIIIIIIIIL!!!